domingo, 10 de maio de 2009

O efeito surpresa

Depois de um almoço em família, passei pelo "quiosque" do costume para abastecer leitura. Waypoints já memorizados. Tarefa para cinco minutos, no máximo. Mesmo ao lado do primeiro alvo, distraí-me com este "pequeno". Deitei-lhe o olhar com curiosidade mínima e pesquisei duas ou três passagens das primeiras páginas. Saltei uma ou outra página e acabei enleado numa armadilha, em que cada ideia solta só tinha uma saída. A próxima ideia solta. Incrível, como o humor negro e a genuinidade se podem converter numa arma de comoção maciça. Depois dos cinco minutos se repetirem inúmeras vezes e de vasculhar praticamente todo o livro, saí de lá tão desarrumado como se de um episódio invulgar de sexo ocasional se tratasse. Sem verbalização. Sem partilha de identidades. Apenas um mergulho na intimidade. Algum tempo depois, voltei embaraçado ao local do crime, para recolher os livros que tinha na minha lista de compras. Conforme transcrição do Le Monde: "Não se deve contar este livro. Nunca será tão bom como lê-lo". Limitei-me a comprová-lo.

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