quinta-feira, 28 de maio de 2009

O corte das 22 orelhas

Eu não disse que ia ser uma jogatana e tanto? Pois disse. Só que eu também me engano. E então quando me agarro a convicções que me parecem seguras, a frequência é gritante. Não foi um grande jogo, foi um espectáculo de tauromaquia sem ferros. Abissal a diferença entre a circulação de bola. Só comparável ao desespero de passar um jogo inteiro a correr atrás dela. Corrida à espanhola, contudo. O único cavalo que por ali passou, andou sempre perdido em esforços isolados e pouco colectivos, como é seu hábito. No fundo, persiste aí a diferença. Quem tem a aptidão de perceber, que a união dos esforços de 11 talentos supera a capacidade de um sobredotado, consegue inevitavelmente chegar mais longe. E repete-se a noção de que o Barcelona, quando em vantagem, impõe o ritmo de jogo de forma soberba e quase parece divertir-se por definir onde, como e quando mata o jogo. Se o esférico pudesse compensar quem o acariciou de forma mais respeitosa, seguramente que o destino da taça seria o mesmo.

Uma figura discreta, e cada vez menos inesperada, emergiu da constelação de estrelas presente em Roma. O jogador de futebol mais inteligente da actualidade: Andrés Iniesta. Um bandarilheiro levado em ombros por toureiros afamados. Sem dúvida, "més que un club". O Barça triunfou.

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