quarta-feira, 20 de maio de 2009

O anónimo mais exposto do momento


Um gajo não pode deslocar-se por uma via rodoviária em Lisboa, sem dar de caras com esta fronha. Este outdoor tem o mérito raro, dia após dia, de me conduzir instintivamente a perguntas, para as quais não tenho qualquer curiosidade em saber a resposta.

O que é o MMS? Quem é este vulto? Porque lhe fizeram uma estátua de cera? Quanto tempo se aguentará ali? Será que o gajo amanhã solta uma gargalhada? Será que alguém se importa? Será que alguém ainda repara que esta criatura ainda aqui está? Mérito de quem? Mudar o quê e para quê? Morreu-lhe alguém? São estes os efeitos da gripe suína? Ou das aves? Estes tipos não têm outra avestruz noutro outdoor? Porque é que esta velha não se encosta à direita? É esta a personificação da descrença total? O que diria disto a higiene dental da Monica Lewinsky? Quem foi o idiota que marcou eleições para uma semana com três dias de trabalho? Em que praia é que não vou votar? Será que mais alguém se lembrou que esta figura ficava com mais personalidade, se lhe intrometessem o emplastro sobre o ombro direito? Porque é que este sentimento de culpa me consome sempre no final da CRIL? De que clube será este fantasma? Quem comprámos nós hoje? Se por detrás de um grande homem está sempre uma grande mulher, porque é que este coitado só tem direito a uma estrutura de ferro? Ninguém tem coragem de sepultar os caixilhos e laminados? Quem sabe amanhã não aparece uma campanha megalómana de uma marca de lingerie? Quando é que te calas?

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