sexta-feira, 5 de junho de 2009

Eu nem podia mesmo ir de férias nessa semana

Desde o início deste blog, a política foi tema propositadamente escorraçado. Nada de abordar assuntos que fedem. Contudo, este Domingo, vou estragar o fim de semana para um blind date com uma urna. Para não desperdiçar um voto. Mas, sobretudo, porque é de combater o argumento mais popular dos derrotados de domingo à noite. "Os resultados ficaram aquém do esperado, porque esta data era muito propícia à abstenção". E eles vão ser muitos (os derrotados e os que se abstêm). Por tudo isto, vou justificar o meu voto OMO.

Em primeiro lugar, para não ofender a mãe de ninguém, considero todo o politico um grandessíssimo canalha. Acho, aliás, que nas J's, um gajo a quem se vislumbre um mínimo de honestidade e espírito de missão, é imediatamente acompanhado até à porta da saída e agraciado com um valente chuto na peida, para não ter sequer a tentação de voltar. Em segundo lugar, numa altura de crise reclamada por unanimidade, as declarações da nossa campanha a todos os níveis e cores partidárias parecem proferidas por idiotas chapados. Perante o consenso, resta-me concluir que são realmente proferidas por idiotas chapados. E rara é aquela que adianta algo sobre alguma das nossas preocupações. Em terceiro lugar, com a ameaça do desemprego a pairar sobre a cabeça de inúmeras famílias, já depois de ter rachado o crânio de demasiadas outras, é invulgarmente criminoso, certas criaturas presentearem-se com indemnizações, reformas e remunerações chorudas, sobretudo porque baseadas em compadrios e compensações imaculadas, acordadas no exercício de cargos imunes a qualquer suspeita, para não mexerem um cu! Finalmente, e por último (que este post não se quer extenso), porque ninguém tem a coragem de denunciar comprovadamente estas provocações e condenar decentemente estes abutres. Desculpem ter substituído a linguagem excessiva por termos cobardolas. Mas, neste blog, estou em casa e afinal parece que nem me estou a cagar para eventuais melindres.

Poderiam certas mentes sentir-se marginalizadas, porque as justificações concedidas encaixam sobretudo nas ceroulas dos partidos do bloco central. É uma verdade, mas parece-me legítimo desconfiar que, tal sucede simplesmente, porque os outros não conseguiram chegar a posições que lhes permitissem aproveitar tais relíquias. Acedo, por isso, a discriminar a fuga do meu voto a todos os quadrantes, sem chamar os bois pelos nomes, como é tão popular nos dias que correm:

  • Porque estão tão agarradinhos, que parecem Patinhas encerrados no cofre-forte. Com a diferença de que o pato fazia pela vida. E tinha justificações mais criativas.
  • Porque quem tem coragem e sabe estar, não escolhe a líder que escolheram. Foi a assunção de todas as derrotas por vir. Cambada de cobardes facínoras.
  • Porque a preservação de espécies em vias de extinção não é uma incumbência apropriada a todos os cenários.
  • Porque é palermice pensarmos que o rumo deste país pode ter como base um "one man show". Com todas as qualidades artisticas que ele até possa não ter.
  • Porque apesar de terem uma participação activa e trabalharem reconhecidamente mais que os restantes, não lhes reconheço amplitude política para conseguirem marcar posição de forma credível nas várias actividades sócio-económicas.
  • Porque dos figurantes não reza a história.

A emissão desta opinião é da inteira responsabilidade dum individuo que já votou, pelo menos por uma vez, em cada um dos primeiros quatro partidos políticos mencionados acima. Quem quiser que diga quem são. Eu não acuso ninguém, porque todos sabem que eu sei que vocês sabem que nem eu sei. Chamem-me louco, que até posso concordar. Mas, para mim, já não são as ideologias que justificam onde queremos chegar e qual o rumo a tomar. Uma pena, nós as pessoas, não estarmos à altura.

Fica prometido não voltar a este tema até ao final da Superliga do próximo ano.

1 comentário:

  1. E eu q estava a pensar, em breve, entrar no Mundo da politica....serei deserdada?

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