quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Voltei

Antes de mais, urge justificar-me a quem quer que desperdice tempo a bater nesta porta. Uma ausência de 54 dias mereceria um regresso comemorativo. Mas a verdade é que fui unicamente comprar tabaco. E entre um cigarro e outro (andava a reduzir para um prego diário), a descoberta que Jacó tinha dopado os restantes inquilinos e detinha o controlo das rédeas da carroça. Irritante, depois de um ano tão sereno, chegar ao Verão e observar cargas de trabalho apreciáveis a despenharem-se sobre a minha secretária. Quando os horários esticam, certos prazeres assumem papeis secundários e outros são mesmo desprezados. E a existência deste blog é unicamente isso, um prazer narcisista de escrever as maiores palermices e de ainda me divertir a relê-las. Para além disso, quando o tempo escasseia, os acordares são abruptos, os adormeceres desejados e o resto do tempo estupidamente desperdiçado (planeia-se em stress e sonha-se com pormenores catastróficos que comprometem o planeamento), sobra muito pouco de interessante para partilhar. E como eu sou de entusiasmos, apaixono-me, vivo até corromper o ultimo segredo por desvendar e canso-me (não que isto marque muitos pontos a meu favor, mas este blog nunca foi uma veículo de autopromoção, antes pelo contrário), falando curto e grosso, caguei nisto. Fui aparecendo para visitar os pontos de interesse memorizados neste blog, porque há sempre alguém com detalhes valiosos para publicar e apanhei boleia da inércia. A vantagem de ter uma desprezível falta de carácter para com as nossas paixões é que um tipo pode sempre alugar o rosto a uma valente cara de pau e regressar como se nada se tivesse passado. É o que se passa aqui. Sem promessas. Sem compromissos. E com a traição a pairar no ar. Voltei.

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